quarta-feira, 11 de maio de 2011

Os símbolos da Filosofia
1) Ave de Athena

    O mais antigo símbolo da Filosofia é a chamada ave de Athena. lada da noite.

Athena deusa da sabedoria e da fecundidade, aparecia associada na mitologia grega à ave noctívaa queg é a coruja, cuja nota distintiva é a de se levantar ao anoitecer e andar vigilante e activa pela ca
    Auxiliada apenas pela luz da lua, dotada de uma excepcional acuidade visual, vê o que o comum dos outros animais só consegue alcançar com a luz do sol. É essa invulgar capacidade de ver e de se orientar no mundo das trevas que faz dela um símbolo da Filosofia e do conhecimento racional: a coruja, tal como a filosofia, simboliza a reflexão que domina as trevas ou a capacidade de obter conhecimentos para lá das sombras.

2) A estátua “O Pensador”
Um outro símbolo da atitude filosófica é a estátua do escultor francês Rodin, denominada “Pensador”. Nu e solitário, de olhos fechados, sentado com o queixo apoiado no punho direito e o braço esquerdo descaído sobre o colo, o pensador é tomado como símbolo da atitude reflexiva que particulariza a Filosofia. Trata-se de um símbolo rico mas controverso.

 O que a atitude de um homem pensativo tem de positivo é a capacidade de se recolher sobre si mesmo para submeter ao seu próprio juízo crítico a realidade que o envolve. O que tem de negativo e contrário ao espírito da Filosofia é, precisamente, a dimensão solitária dos seus pensamentos a que ninguém pode ter acesso, incomunicáveis, portanto, e, por isso, inúteis para a comunidade.

3) O quadro de Platão e Aristóteles

    O grande símbolo da Filosofia, reproduzido com grande frequência nas obras filosóficas, é o quadro do pintor italiano Rafael, cujas figuras centrais são Platão e Aristóteles.

Platão, apontando para o alto, recorda, como a Filosofia, que a natureza humana não se esgota na realidade terrena em que assentamos os pés. Recorda, tal como a Filosofia, que é próprio do ser humano elevar-se acima das terrestres preocupações e contemplar os valores espirituais, morais, estéticos, políticos, etc.

    Aristóteles, por seu lado, estendendo o braço com a palma da mão voltada para baixo, indica que o ser humano é daqui, pondo em destaque a dimensão corpórea e física da natureza humana.

    O quadro pode também ser tomado como símbolo do diálogo que se trava na história da Filosofia entre posições e teses frequentemente opostas a exigirem ponderação dialógica.



4) A coruja
  A coruja é outro símbolo da Filosofia, ave de Minerva (deusa romana, sendo a deusa Athena para o povo grego). A coruja simboliza a sabedoria.
Quando a imagem de algum deus aparecia com uma coruja ao lado, este deus era apresentado como sábio.
A coruja vê na escuridão. Ela tem uns olhos enormes e uma cabeça que é capaz de girar 180 graus, por isso ela vê o que outros animais não conseguem ver
A sua constituição física permite que ela veja tudo à sua volta; ela não tem uma visão unidimensional. A pretensão da Filosofia também é conseguir, através da razão, entender o mundo, mesmo nos seus momentos mais obscuros.
    A coruja é uma ave nocturna e é vista como sendo capaz de apreender a escuridão através da inteligência. Esta é outra analogia com a actividade filosófica, aquela que foi capaz de ultrapassar as explicações mitológicas e dar ao mundo a interpretação racional, a luz que ilumina o Homem.
    Quando as outras aves regressam ao ninho, a coruja sai do seu para realizar um voo panorâmico sobre toda a região. São animais que não vêem bem ao perto, mas em longas distâncias, a sua visão é excelente, principalmente com pouca luz.
    A Filosofia, (e o filósofo), também voam sobre as realidades que cercam o Homem,” vêem”o que “restou do dia”.
    O filósofo realiza um voo do pensamento sobre as coisas.
    A frase de Hegel, “a Coruja de Minerva levanta vôo somente ao entardecer”, alude ao papel importante que desempenha a Filosofia; a Filosofia só pode dizer algo sobre o mundo através da linguagem da razão, depois das coisas terem acontecido.Assim, para a Modernidade ocidental, o símbolo da Filosofia passa a ser a coruja, uma vez que ela não é adepta de uma visão unidirecional, ela gira a cabeça quase por completo, olhando para todos os lados. Penso que fica esclarecido porque é que a coruja e a Filosofia andam juntas.
    Há, então, várias características que podem ser consideradas semelhantes entre a coruja e a Filosofia:

1. A coruja vê na escuridão,o sábio também vê coisas que os ignorantes não vêem;
2. A coruja é ligada a Athena, Deusa grega da Sabedoria;
3. A Filosofia estuda o conhecimento, se Athena é a deusa da sabedoria, e sendo a coruja símbolo de Athena, então, a coruja foi usada para significar a Filosofia.
4. A coruja não é bela. Platão era tido como belo, mas Sócrates, dizem, era horrível.
5. Platão ensinava numa escola que, muitas vezes, foi oficial, mas Sócrates ensinava nas ruas. Foi acusado e condenado por seduzir os jovens, por roubá-los da Cidade, da Pólis. A coruja, por sua vez, é a ave de rapina par excellence, e apanha os descuidados na noite. Leva-os da cidade, para o seu ninho.
O que é a filosofia ?

À primeira vista, entendemos a filosofia como algo enigmático, profundamente abstrato e distante da realidade. Essa visão da filosofia decorre dos complexos trabalhos de pensadores que, ao longo da história, refletiram e buscaram diferentes respostas sobre questões que continuamente fazemos ao longo de nossa existência. Indagações sobre o conhecimento, sobre os valores, sobre a natureza, sobre a beleza, sobre o homem.
Essas inquietações decorrem da necessidade que todo ser humano tem de compreender o significado do mundo e de si mesmo. Na busca dessa compreensão criamos novos significados, questionando e tecendo uma teia de relações cada vez mais abrangentes que nos indiquem respostas, mesmo que provisórias.
Desta forma, o primeiro passo para a filosofia é a inquietação que conduz ao questionamento. O objeto da filosofia é a reflexão, o movimento do pensamento que nos permite recuar, nos distanciarmos dos fatos aparentemente banais para buscarmos seus fundamentos.
Se é verdade que continuamente refletimos, nem sempre refletimos com radicalidade, ultrapassando as fronteiras da superficialidade para buscarmos as raízes de nossa forma de pensar e agir no mundo. A reflexão radical requer um caminho que nos garanta esse aprofundamento, ela deve ser organizada, ciente dos princípios e dos objetivos que almeja. Radicalidade, sistematização e abrangência são as marcas da Filosofia que nasce da experiência humana, da tentativa do ser humano de compreender a si mesmo e tudo que o cerca, valendo-se da autonomia da razão para criar e recriar conscientemente o mundo em que vivemos.
A complexidade da filosofia está na enigmática e surpreendente aventura de idéias que nos identifica e nos diferencia de outros seres. Portanto, a filosofia está presente na ciência, na arte, no mito, na religião, no cotidiano. Embora possamos afirmar que a filosofia esteja presente nas diversas manifestações do humano, ela não se confunde com nenhuma dessas formas de conhecimentos específicos, mas as fundamenta. Essa busca de fundamentos faz da história da filosofia uma história sem fim, porque diz respeito a todos em todas as épocas. Por isso, nunca é cedo ou tarde demais para iniciarmos essa aventura do filosofar.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Alegoria da Caverna de Platão

  Alegoria da Caverna - Platão

A Alegoria da Caverna é o texto mais conhecido de Platão, que levanta muitas questões sobre a realidade, conhecimento, etc. Na história, dois homens prisioneiros estão acorrentados numa caverna, virados de costas para a abertura, por onde entra a luz solar. Eles sempre viveram ali, nesta posição. Conheciam os animais e as plantas somente pelas suas sombras projectadas nas paredes. Um dia, um dos homens consegue se soltar, e vai para fora da caverna. Fica encantado com a realidade, percebendo que foi iludido completamente pelos seus sentidos dentro da caverna. Agora ele estava diante das coisas em si, e não suas sombras. Diante do conhecimento. Retornou para a caverna, e contou para o companheiro o que havia visto. Este não acreditou, e preferiu continuar na caverna, vendo e acreditando que o mundo é feito de sombras.
Para Platão, as coisas que nos chegam através dos sentidos (tato, visão, audição, etc), são apenas as sombras das ideias. Quem estiver preso ao conhecimento das coisas sensíveis apenas não poderá alcançar o mundo das ideias, ficando como o prisioneiro.

Como dizia o grande cientista Albert Einstein:
"A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta o tamanho original".




                                        nada está no lugar...
tudo está por pensar...
tudo está por criar...